quinta-feira, 25 de agosto de 2011

UM BARCO SEM PORTO SEM RUMO SEM VELA...



VAPOR BARATO
Wally Salomão - Jards Macalé

Oh, sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que eu não acredito mais em você
Com minhas calças vermelhas
Meu casaco de general
Cheio de anéis
Vou descendo por todas as ruas
E vou tomar aquele velho navio
Eu não preciso de muito dinheiro
Graças a deus
E não me importa, honey

Minha honey baby
Baby, honey baby
Oh, minha honey baby
Baby, honey baby
Oh, sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que eu tô indo embora
Talvez eu volte
Um dia eu volto
Mas eu quero esquecê-la, eu preciso
Oh, minha grande
Ah, minha pequena
Oh, minha grande obsessão
Oh, minha honey baby
Baby, honey baby
Oh, minha honey baby
Honey baby, honey baby, ah

Ando tão à flor da pele
Que qualquer beijo de novela me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar flor na janela me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser (baby)
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele tem o fogo do juízo final (honey baby)
Um barco sem porto sem rumo sem vela cavalo sem sela
Um bicho solto um cão sem dono um menino um bandido
Às vezes me preservo noutras suicido

Baby, honey baby, baby, baby, baby, baby, baby
Oh, minha honey baby
Honey baby, honey baby
Baby, baby, baby, baby, baby
...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

DO QUE NADA SE SABE




"Não criei personagens. Tudo o que escrevo é autobiográfico. Porém, não expresso minhas emoções diretamente, mas por meio de fábulas e símbolos. Nunca fiz confissões. Mas cada página que escrevi teve origem em minha emoção".
Jorge Luis Borges


DO QUE NADA SE SABE

A lua ignora que é tranquila e clara
E não pode sequer saber que é lua;
A areia, que é a areia. Não há uma
Coisa que saiba que sua forma é rara.
As peças de marfim são tão alheias
Ao abstracto xadrez como essa mão
Que as rege. Talvez o destino humano,
Breve alegria e longas odisseias,
Seja instrumento de Outro. Ignoramos;
Dar-lhe o nome de Deus não nos conforta.
Em vão também o medo, a angústia, a absorta
E truncada oração que iniciamos.
Que arco terá então lançado a seta
Que eu sou? Que cume pode ser a meta?

Jorge Luis Borges, in "A Rosa Profunda"

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

AFETO



Nada como alguns dias de frio, muito frio e chuva,para estar sob o teto de meus pais, acordar de manhã e sentir o aroma do café fresquinho sendo feito na cozinha, e lá meu pai e minha mãe...via a cena e agradecia com todas as minhas forças, à Deus, por momentos tão afetivos e serenos. Assim fiquei quase um mês, longe de tudo e de todos, menos de meus pais, e claro meus sobrinhos que me visitavam. Eu realmente gosto de crianças, embora sinta um medo delas, elas são tão verdadeiras, e nem sempre estamos dispostos a ouvir a 'verdade' sobre nós (comigo pelo menos). Mas normalmente as crianças gostam de mim, acho que elas percebem que minha idade mental é de 7 anos e não conseguem ver meu outro lado que possui 100 anos. Muitos momentos só, embora quando estou na minha casa, sou só, mas enfim...neste momentos de paz e sossego descobri que sentia falta de muitas pessoas, inclusive de amigos do cyber espaço. Tentava me explicar tal sentimento, mas cheguei a conclusão que era afeto, a falta dele estava diretamente relacionado com a saudade desses amigos. Sei que preciso de amigos, e os tenho, mas tenho uma grande falha, ai invés de agir e procurar, fico só pensando...e amigos são como plantas, precisamos regar, cuidar, dar atenção, para que a planta nos mostre sua flor, mais ou menos isso. Por isso entendo e respeito quando pessoas/amigos não me procuram, pois tou recolhido neste meu casulo invisível, mas que não permite que eu veja mais adiante; aquela serenidade que me prende dentro de casa, me guarda dentro de livros, e embora ame canções, não consigo me propagar como o som e seguir, ou encontrar, trocar palavras...fico quieto em meu canto, deve ser por isso que continuo só. Mas quando retornei, encontrei pessoas muito queridas, e trocamos abraços, eu sentia que era bom, verdadeiro estes encontros, então pensei, isso é o afeto...então não posso me queixar (só um pouquinho, senão não sou eu). Pensei em ecrever sobre afeto e desafeto, mas pra que falar em desafeto ? Se bem que na verdade, não é nenhum tratado sobre afeto, só uma impressaõ que tive, então meu amigo, meu blog, mais uma vez me permitiu falar um pouquinho. Acho que tá faltando isso no mundo, as pessoas estão cada vez mais violentas, sem paciência,com sua caras amarrdas quando andam na rua, seus olhares desconfiados di próximo, como se o próximo fosse o inimigo. Tenho medo que não se tenha mais afeto, carinho, amor por nós mesmos e os nossos, familiares, amigos, terráqueos...
Eu estava na cozinha conversando com meu pai, quando minha irmã entrou e disse que Amy havia morrido, e na pressa para sair de férias esqueci o cd que não canso de escutar, com as músicas dela, então respirei fundo, e lamentei, lamentei muito, pois eu tinha esperanças, ela tinha tanto a dar pra arte, seu último disco era prova disso, mas enfim...eu tinha um pasta de arquivo que colecionava fotos da Amy, pois sempre gostei daquela figura que ela compos e nunca postei uma aqui no blog, mas já falei dela, e hoje talvez fosse o momento. Ela morreu aos 27 como Janis, Hendrix, Kurt...mas eu só querida deixar registrado que eu gostava muito 'dela' uma obra inconfundível, então postarei uma foto de uma queimada, tão triste quanto a morte dessa menina.